“Vou contar uma história/De umas coisas que eu vivi/No mundo dos esquecidos/Lá pras bandas do sem-fim”. Assim começa a música Terras do Juquery, criada por Luizinho Gonzaga nos anos 80, quando trabalhava no Hospital. Em 2024, no 6º Soy Loco Por Ti Juquery, ele volta a Franco da Rocha para cantar suas músicas acompanhado de Carlinhos Antunes e da Orquestra Mundana Refugi. Um momento histórico para o Festival.

São os esquecidos sendo relembrados, os alienados sendo celebrados. “O que não pode ser esquecido quando o Juquery fecha as portas?” é a pergunta intitula o livro de Flavia Mielnik e Cibele Lucena, que será lançado na programação. Há muito que não pode ser esquecido e há muita história a ser criada, a ser transformada.

Construir a programação do Soy Loco é como tecer um bordado, no qual cada linha se entrelaça, formando um todo. As linhas juntas, conectadas, dificilmente se desfazem e ficam na história, na memória, na continuidade de um projeto, de uma ideia: da ressignificação desse espaço, do seu incansável trabalho de cura.

A partir da palavra calma criamos uma programação que constroi o Festival como um espaço de cuidado. Será lindo ver o Juquery ocupado por arte, com poesia, amor, fantasia e com a celebração da calma.

Tem oficinas para crianças, opções para famílias, espetáculos e filmes mais densos, tem leveza, tem dureza, tem cuidado. Uma ocupação do antigo prédio da Farmácia com instalações artísticas. E uma ocupação dos jardins com música, slam, sarau, feirinha, espetáculos, performances. 

Luizinho termina sua música como se conversasse diretamente com as premissas do Soy Loco e com estes versos queremos enxergar o Festival: “Mas também tem muita gente/Que com garra segue em frente/Criando uma nova história”.