PROGRAMAÇÃO

Com mais de um século de histórias, o Complexo Hospitalar do Juquery foi tema de diversas pesquisas e práticas artísticas no território criado para o tratamento psiquiátrico. A década de 1980 marcou um processo de reaberturas e de debates sobre o tema, com o fortalecimento do Movimento da Luta Antimanicomial, acionando agentes públicos e sociedade civil. Em 1986, o livro “O Espelho do Mundo: Juquery, a história de um asilo” foi publicado pela primeira vez, como resultado de uma longa pesquisa pela historiadora Maria Clementina Pereira Cunha e, em 1988, a artista Mônica Nador foi orientadora do Ateliê de Arte do Museu Osório Cesar, frequentado por artistas-pacientes do Juquery. Em um bate-papo, a abertura do 5º Seminário Cultura e Saúde será entre a história e a arte, com história da arte e entre o estudo acadêmico e a prática artística no território.

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O Living Museum é um movimento internacional de espaços de arte acolhedores para pessoas neurodivergentes, presente em diversos países. Rose Ehemann, da Suíça, coordena o processo de colaboração com novos Living Museums ao redor do mundo. Isabelle Wachsmuth é artista e trabalha na OMS há mais de 20 anos.

O Hospital Psiquiátrico do Juquery fechou as portas da internação permanente em 2021, depois de cento e vinte e três anos de funcionamento. O fato mobilizou as artistas Cibele Lucena e Flavia Mielnik, que criaram um livro de artista a partir de histórias que ouviram dos últimos funcionários e de um ex-interno morador, mescladas por uma construção gráfica criada em monotipia e colagem. "O que não pode ser esquecido quando o Juquery fecha as portas?" nos coloca diante da dor e da violência do Estado, mas também de respiros de vida produzidos no contexto de imensa opressão do manicômio, nos implicando a não deixar que suas histórias sejam apagadas e esquecidas.