PROGRAMAÇÃO

EXPOSIÇÕES NO MUSEU DE ARTE OSÓRIO CESAR (MAOC)

BRASIL IMAGINÁRIO

Em 2024, o Museu de Arte Osório Cesar (MAOC) abriu uma nova exposição temporária do acervo, com o título "Brasil Imaginário" e curadoria de Elielton Ribeiro e Michelle Louise Guimarães. A nova mostra está em diálogo com a exposição de longa duração "Há luz atrás dos muros", com curadoria de Hélio Menezes e Pedro Quintanilha, que marcou a reabertura do Museu em 2020 pela Prefeitura de Franco da Rocha. 

"Brasil Imaginário" inaugura uma sala do MAOC para exposições temporárias do acervo, com o objetivo de ampliar a exibição das 8 mil obras que o compõem, entre pinturas em tela, desenhos em papel, esculturas e cerâmicas de artistas que passaram pela ala psiquiátrica do Complexo Hospitalar do Juquery. 

É inimaginável contar todas as passagens de uma vida. Os artistas que produziram no Juquery expressavam vivências que vão além do hospital. Durante o isolamento no hospital psiquiátrico, a imaginação pode ser uma fuga da realidade imposta. São as criações, fruto dos processos imaginativos, que nos possibilitam acessar vivências e vislumbrar um passado pregresso à internação. Japão, Itália, Hungria e Espanha são alguns dos países de origem dos artistas que estiveram na condição de internos do Juquery, enquanto outros são evocados. 

"Brasil Imaginário" é também o título de uma obra do artista Ubirajara Ferreira Braga (Bira), produzida em 1988, e inspiração para nomear a exposição temporária do MAOC sobre imigrantes que passaram pela ala psiquiátrica do Juquery e fazem parte do imaginário do Brasil. Ora na condição de artista, ora na condição de representado. Trata-se de uma curadoria a partir das obras de artistas que integram o acervo do MAOC, em um processo de pesquisa e leituras para instituir um programa de exposições temporárias em uma das salas expositivas do Museu, além de possibilitar a circulação de outras obras do acervo e da história da arte no Juquery.

HÁ LUZ ATRÁS DOS MUROS 

Na exposição “Há luz atrás dos muros”, que inaugurou o Museu de Arte Osório Cesar em 2020, os curadores Hélio Menezes e Pedro Quintanilha apresentam a rica criação de mais de 60 artistas que, em diferentes momentos da vida, tiveram suas trajetórias marcadas pela internação no Complexo Hospitalar do Juquery.

Uma seção monográfica destaca trabalhos de 14 artistas. Do período de funcionamento da Escola Livre de Artes Plásticas, estão Antônio Sérgio, Aurora Cursino, Farid Geber, Ioitiro Akaba, Masayo Seta, Rubens Neves Garcia e Valeriano. Dos artistas que vivenciaram o Atelier de Arte do Museu, além de Masayo Seta (cuja estadia compreendeu os dois períodos), apresentamos obras de Almir D’Avila, Caraiba, Maria Aparecida Dias, Istvan Csibak, Otaviano, Ubirajara e Waldemar.

A apresentação desobedece a ordenamentos lineares. Antes, valorizamos os encontros fortuitos, a quebra de expectativa e caminhos labirínticos. As obras dos artistas do Juquery (artistas do mundo), testemunhos da força de vida de indivíduos que se sobrepuseram ao trauma da internação, são como luzes que, não só no fim, mas por detrás das paredes do túnel, dos muros reais ou imaginários, alargam frestas, alicerçam mundos.